AJC 05.11.16
“Se o seu irmão pecar, vá e repreenda-o em particular; se ele te ouvir, você ganhou a seu irmão.”
(Mateus 18:15)

 Estas palavras, ditas por Jesus e registradas no Evangelho de Mateus, falaram alto no meu coração, quando, recentemente, resolvi confrontar uma pessoa que faz parte de meu círculo íntimo. Eu tinha passado o fim de semana mergulhada em tristeza e confusão, tentando entender a grosseria e a raiva que tinham saído dos lábios de uma pessoa que eu amo como se fosse da família. Enquanto orava sobre isso, senti Deus me incitando a fazer o mais fácil, embora seja a coisa mais difícil de se fazer, ou seja: simplesmente perguntar qual era o problema.

Enquanto subia os degraus para chegar ao quarto onde conversaríamos em particular, pude sentir meu estômago se revoltando e um suor frio se formando nas palmas das minhas mãos. Indo contra minha natureza não-conflituosa e conhecendo a personalidade tipicamente volátil dessa pessoa, eu não tinha certeza do resultado. Mas eu sabia que falar sobre o comportamento negativo era a única chance de salvar nossa amizade.

Ao invés de começar com conversa fiada, respirei fundo e fui direto ao assunto. Nós sabíamos que havia um problema, e, portanto, não havia razão para perdermos tempo com assuntos como clima ou política.

Assumindo um tom não-acusatório e falando amorosamente, perguntei, com calma, a razão da explosão. Com a conversa prosseguindo, descobri que a raiva dessa pessoa não estava dirigida a mim, de forma alguma. Essa pessoa estava passando por um momento difícil naquele dia e deixou suas preocupações transparecerem quando conversamos alguns dias antes. Não houve nenhuma intenção de me ferir.

Depois de uma longa conversa, nosso relacionamento finalmente foi restaurado. Ofereci o mesmo perdão e graça que espero receber quando falhar, mas não antes de deixar claro que certos limites foram ultrapassados e que aquilo não deveria acontecer novamente.

Depois deste incidente, sinto que o nosso relacionamento vai ser melhor do que nunca, e sei que isso acontecerá porque, ao invés de varrer o problema para debaixo do tapete, escolhi enfrentá-lo e estabelecer limites muito necessários, limites que tornarão o nosso relacionamento mais forte e saudável.

“A percepção é realidade.”

Esta citação, comumente atribuída ao conselheiro e consultor político americano Lee Atwater, aliada à minha experiência recente, ecoava em minha mente quando, recentemente, me pediram conselho com relação a um relacionamento desgastado.

Depois de conversar com ambas as partes, consegui enxergar claramente como a percepção de um tornou-se a realidade do outro, quebrando a ligação entre essas duas pessoas que se amam muito, mas que escolheram distanciar-se, ao invés de enfrentar o problema de frente, através de diálogo.

Eu não posso deixar de me perguntar… quantos relacionamentos terminam a cada dia, simplesmente porque as pessoas escolhem o caminho aparentemente mais fácil? Ao invés de escolher ouvir abertamente o outro lado, muitos escolhem fechar portas e excluir pessoas de suas vidas.

E verdade, a nossa percepção é a nossa realidade, mais isso não significa necessariamente que seja a realidade dos outros. Não há dúvida de que certos relacionamentos são tóxicos e precisam terminar, mas também acredito que, em muitos casos, relacionamentos familiares seriam mais fortes e amizades seriam mais duradouras, se a gente tomasse o cuidado de parar para ouvir o outro lado, colocando de lado nossas mágoas por um minuto e procurando nos colocar no lugar do outro.

Naturalmente, é necessário coragem e força para conseguirmos ouvir aqueles que nos machucam, perdoar-lhes, definir nossos limites, e dar-lhes outra oportunidade. Mas, creio que não isso não só é a melhor coisa a se fazer, mas também é o único jeito de alcançar a paz, a alegria, e construir relacionamentos que durem uma vida inteira.

Subscribe To Our Newsletter!

Subscribe To Our Newsletter!

Join our mailing list to receive the latest news and updates from our team.

You have Successfully Subscribed!